Páginas

quinta-feira, 29 de abril de 2010




O tempo passa, passa até pra mim, mesmo quando isso parece impossível, mesmo quando cada batida dos ponteiros do relógio dói como sangue pulsando em um hematoma. O tempo passa mesmo quando os dias parecem se arrastar um após o outro e você não consegue sair disso. Passa inconstante, com momentos em que tudo parece bem, e outros que parece que a mais simples lembrança te prende de volta a dor da ausência, o tempo vai curar todas as mágoas ou talvez não; mas isso já nem importa mais pra mim, eu já não sinto mais nada, não há nada que faça piorar esse vazio que me invade a cada momento fazendo com que o ar fique cada vez mais impossível de se respirar. Talvez até a culpa seja minha por pensar que talvez, só talvez pudesse dar certo, e eu mereça passar por isso, e eu jamais ia me perdoar se não tentasse pelo menos uma vez, e só uma vez. E tudo que me resta agora é a dor e eu vou lidar com ela, eu me sinto feliz até por ela existir e reafirmar a todo o instante que foi real. Aos poucos tudo vai voltar pro seu lugar, afinal não a nada que dure pra sempre, tudo é fase, tudo é passageiro [..]